segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Poema

Tempus regit actum
No instante em que a pedra rolou
da íngreme escarpa do monte
inatingível, um deus jazia
na sua solidão de asceta.
Indiferente ao fato se amor
brotava da abrupta travessia
da pedra, que buscava horizonte
no risco da mudança incerta.
Ao rolar da pedra, desmorona
o monte com as plantas vetustas;
com seus ninhos de assustados pássaros
que fogem nas volutas do vento.
Sob escombros o novo assoma,
do rumor da terra em sobressalto,
da angustia da vida que luta
contra a morte no seu nascimento.

2 comentários:

Anônimo disse...

Havia uma pedra no meio do caminho. Rolando impiedosa com a vida frágil que encontrou pelo caminho. E a vida tentou manter-se viva apesar da pedra.

Meu caro Josias, estive com Perrusi no último e desastroso jogo do Santinha e, em um dado momento, estávamos falando de você. Estava dizendo a ele o quanto gosto dos seus escritos e de sua verve. Este é um dos melhores blogs literários que conheço, sem falsos elogios. E pela sua idade, temos tempo de ver muita coisa boa pela frente.

Além do mais, soube que você é camarada de Gerrá e Chiló e ainda por cima é tricolor. Quer coisa melhor?

Um grande abraço,

Dimas

A Autora disse...

Assino embaixo tudo o que o Dimas disse, com exceção do encontro com o Perrusi, claro.
Sendo tricolor já tinha crédito de graça comigo. E ainda mais escrevendo como escreve...
Linkadum est, ouráite?