quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Poema


Alvorada


É frio o ar que toca tua penugem
E é negra a salsugem que envolve teu corpo.

Vem de longe, teu amante.

Balança tuas madeixas de folhas e abre
Tuas pernas, sedenta da ardente flecha.

Seus leves toques te aquecem.

É constante esse amor, quase diário.
Mina orvalho, suor do coito amoroso.

De quando em quando, some-se,
A simular-te um adeus.
Mas é a ti que se guarda em chamas
Ah! Essas pobres brancas damas
A vagar pelos céus...


Morro de Camaragibe (Alagoas)/Recife – Outubro de 2006

4 comentários:

A Autora disse...

Delicado e ardente: apaixonado. Muito bom, Josias!

Torcedor Coral disse...

Josias,

Você mata a gente de inveja por sua habilidade em escrever poemas.

A melodia das palavras e o tom ardente dos versos são de arrepiar.

Um abraço,

Dimas

Nina disse...

Ler-te é sempre, e ao mesmo tempo, melancólico e apaixonante.

És um sábio das letras.

Parabéns pelo blog. Muito bom, mesmo.

MarinaPreta.

Josias de Paula Jr. disse...

Marina Preta, que bom saber de você por aqui!

Dimas, essa não é melancólico!!

Ana, foi a praia...