segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Poema


No mais alto mirante: Narciso


Exausto galga o cume.
Abaixo,
o mundo inteiro ao sabor da vista;
mas, há razão pra que se insista -
exânime -
fixar em algo o olho gasto?

Pra que melhor perspectiva?
Inútil.
Como qualquer Narciso em outro espaço,
o sal da vida é pra si nefasto,
impuro,
e tem no outro o expressar de um susto.

Vive em claustro,
em redor do feio;
vence a subida glamurosa do mirante,
lasso,
para afinal ver-se a si mesmo num pequenino espelho!

2 comentários:

Anônimo disse...

Geó,

Na boa, tenho inveja da sua capacidade em escrever poemas. E cada um melhor que o outro.

Grande abraço,

Dimas

Sofia Sampaio disse...

"Como qualquer Narciso em outro espaço,
o sal da vida é pra si nefasto,
impuro,
e tem no outro o expressar de um susto."

Que bonito, que sincero.
Parabéns