segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Poema

Eu e você

É daquilo que surge sem causa –
Riso que se oferta sem sentir.
Vem de dentro do mistério,
Da memória que não se toca.
Não vem, em verdade.
Apenas segue.
Segredo que se oferta à frente,
Enigma por decifrar,
Sem começo nem fim:
Tanto que se revela
Quanto se oculta.

Horizonte desejado,
Seja no mar ou em terra firme;
Candeia dos olhos a iluminar,
Que vento algum apaga nem suprime.

Poço encantado, terno relicário,
Aconchego d´alma a recender
O essencial do ser – uno e vário,
Ou, apenas para esclarecer,
O duplo unitário:
Eu e você.

3 comentários:

Anônimo disse...

"Fingidor" ou nao, o poema tá perfeito! Seria até sacanagem guardar só pra vc(s) tanta delicadeza e sensibilidade. Beijo!

Anônimo disse...

Geó,

Um poema apaixonado, uma criação solitária e reservada, sabiamente publicada.

Sempre me impressiona a forma com que você constrói seus poemas e trata da natureza das coisas, em versos como "Ó essencial do ser - uno e vário" e "O duplo unitário: eu e você".

Mais uma vez o poeta fala, enquanto a gente se cala e se engrandece.

Um abraço,

Dimas Lins
www.estradar.com

Serbão disse...

que bom, habemus poesia!
abç