Ser e Tempo
É a poeira do tempo
que fabrica as coisas:
pedras, vermes, lodo,
que o tempo faz em pó.
A argila criadora
molda-se pelas mãos
dos dias; na solda
das horas vazias.
Muda-se o plano, eis
o assomo da morte:
rachadura e corte no
barro oco da vida.
O tempo tudo abarca –
casca das coisas,
esqueleto deletério
de entes degradáveis.
As coisas são a
concreção em mistura
do pó e éter temporal:
conluio de abertura e fim.
Se nada é fora do tempo -
sonhos, assassínios e deus -,
rói os ossos dos segundos,
os parcos farelos que são teus.
É a poeira do tempo
que fabrica as coisas:
pedras, vermes, lodo,
que o tempo faz em pó.
A argila criadora
molda-se pelas mãos
dos dias; na solda
das horas vazias.
Muda-se o plano, eis
o assomo da morte:
rachadura e corte no
barro oco da vida.
O tempo tudo abarca –
casca das coisas,
esqueleto deletério
de entes degradáveis.
As coisas são a
concreção em mistura
do pó e éter temporal:
conluio de abertura e fim.
Se nada é fora do tempo -
sonhos, assassínios e deus -,
rói os ossos dos segundos,
os parcos farelos que são teus.
2 comentários:
ta muito bonito esse! tuas poesias são lindas! mesmo. beijo
Geó,
Belas palavras e com sua marca registrada que é a erudição.
O leitor que não espere facilidade no emprego das palavras e na construção dos versos que você usa.
Aqui não há uso de versos fáceis ou de construções diretas, o que torna a poesia ao mesmo tempo misteriosa e reveladora.
Aproveito para lhe dar os parabéns e deixar o meu abraço pelo seu aniversário.
Você merece ser chamado de poeta.
Um abraço,
Dimas
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