Pão de cada dia
Meu desigual
que vens de longe,
do ermo bairro
pintado a cal.
que vens de longe,
do ermo bairro
pintado a cal.
Com o riso aberto
de dentes podres,
e toscas vestes
e o passo incerto.
de dentes podres,
e toscas vestes
e o passo incerto.
Vem pro trabalho
que eu não faria;
dia após dia
recebe o malho
que eu não faria;
dia após dia
recebe o malho
que não me cabe,
pois sou nascido
de outra cepa.
É então debalde
pois sou nascido
de outra cepa.
É então debalde
que te aflijas
pra que eu divida
o imerecido
de teu calvário.
pra que eu divida
o imerecido
de teu calvário.
Lá de teu sítio,
triste e malsão,
vem pro trabalho -
tunda e suplício.
triste e malsão,
vem pro trabalho -
tunda e suplício.
Deixa teus ratos,
filariose,
teu lar inóspito,
tua tíbia raiva.
filariose,
teu lar inóspito,
tua tíbia raiva.
No escuro da
noite, cansado,
em teu tugúrio,
és agitado:
pois no espúrio pesadelo
tremes de medo e anseio
em te supor acordado.
noite, cansado,
em teu tugúrio,
és agitado:
pois no espúrio pesadelo
tremes de medo e anseio
em te supor acordado.
3 comentários:
É disso que eu falo, Geó. Não sei escrever poemas. Só escrevi um, na crônica Poeta Morto!
E mesmo assim não dá pra comparar. Fico com inveja, contando as rimas, contando os versos, contando a sina. Contando o traço, contando o passo, contando o acerto, contando a trilha.
Meu velho, você escreve muito.
Um abraço do amigo e fã,
Dimas
Josias,
Pedi a Papai Noel um talento desses, igualzinho ao seu. Acho que fui uma menina muito má, porque no Natal eu só ganhei ressaca.
Cara, você escreve demais!
Pedi a Papai Noel um talento desses, igualzinho ao seu. Acho que fui uma menina muito má, porque no Natal eu só ganhei ressaca.
Cara, você escreve demais!
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