Por fim, um poeta a quem, modestamente, admiro bastante.
Seguem:
Fez, pode sossegado
Dormir, sentindo o intenso
Prazer de se ver vivo.
Quem tal como eu cantou
O que não passa no homem
Medo não tem que o tempo,
Passando, o não mais passe.
Pois quando o divino ar
Não mais, como foi sempre,
Entrar pelo meu peito,
Aos homens falarei
Ainda, qual o espectro
Dos mortos, e assim ouso
Calmo dormir, enquanto
Minhas palavras velam.
(De Poemas Gregos, 1984)
Pobre homem... ele olha bem feliz
A coleção de livros quinzenais
Que ele hoje terminou, para nunca mais,
A única completa, como o quis.
Lá fora a tarde cai... e o vento vem...
Na estante ele sorri, (frente a avenida)...
- A única completa numa vida!
Pros séculos dos séculos Amén...
(De As escadas da torre, 1981)