O voto na oposição ao atual governo federal se transforma, cada vez mais, num programa de Índio...
Marina Silva, rejuvenescida com os produtos da Natura, não sabe que caminho tomar: não é carne nem é peixe. Em seu discurso, todo mundo é bom e todo mundo não presta simultaneamente. Plante uma árvore, reze bastante e continue tentando entender o por que ela se candidatou a presidenta...
Mas o grande espetáculo é Serra. Aliás, a chapa Serra-Índio. Meu Deus do céu! Quem inventou um troço desses?! Nas palavras de Serra, a repetir com fastio "o Brasil pode mais", não há a mínima sombra de uma proposta alternativa. É contradição em cima de contradição; ora a favor ora contra o Bolsa Família, por exemplo.
E resolveu que quer ser, de toda forma, um político simpático e carismático... Se não fosse o apoio hegemônico dos maiores veículos de comunicação - a "grande mídia" - sua postulação já teria ido para o beleléu. Ficará imortalizado por dois momentos antológicos. O primeiro se deu, quando usando de um tempo generoso que lhe fora cedido pela rádio de maior audiência de Pernambuco, cantou feio pra danar e errado a canção "Respeita Januário", um clássico popular interpretado por Luiz Gonzaga; crianças que ouviam o programa - espalhadas por todo o estado - choraram compulsivamente ao mesmo tempo, agarrando-se em suas mamães...
O segundo foi mais comovente... Ao lado de José Roberto Arruda, ex-governador do Distrito Federal, ex-preso e ex-vice dos seus sonhos (digo, de Serra claro), Serra soltou a anedota lapidar, antevendo o que seria, naquele momento, o slogan da campanha: "Vote num careca e leve dois". Deu no que deu.
Para aqueles que ainda insistem no caminho tenebroso do Serra-Índio, resta ir pagando pedágios aos montes e, caso tenham senso de humor, rirem das trapalhas do candidato sem graça...