Como quem perdido em encruzilhada
Como quem perdido em encruzilhada,
vaga esse amor abléptico e errático.
Tétrico fantasma a lançar repto
à sina que ao sonho finda, esmaga.
Transpõe, equívoco, a linha tênue
do umbral da morte; contudo em seguida,
qual zumbi de cemitério, à vida
volta pra errar entre gente e lêmures.
Em árido confim tal morto-vivo
plange, condenado por tribunal
oculto; vulto a pagar por mal
incerto, ente fadado ao castigo.
E infringiu qual desumana cláusula
esse amor, atrativo de entreato?
Quem inspirou sua alma retrátil
a ter o pó dos dias em clausura?